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Mês passado vimos que montar um aquário e imediatamente começar
a colocar corais e peixes pode resultar em danos permanentes. O período
compreendido entre a montagem e o princípio de um estado de equilíbrio
do aquário fica entre os 3 e 6 meses. Notei isso por experiência.
Dificilmente um coral ou peixe terá problemas de sobrevivência
se colocado no aquário após esse período. Existem, porém,
certos problemas que tendem a se perpetuar em aquários desde que são
montados, não perceptíveis logo no início. Procurarei
tocar em alguns desses problemas e apresentar soluções viáveis
para eles.
Um dos mais constantes problemas nos aquários já maturados - mas ainda não perfeitamente maduros - é a manutenção de uma relação ideal de teores de cálcio e reserva alcalina. Quando testa a água, normalmente o aquarista encontra níveis incompatíveis com os índices ideais. A água deve manter cálcio a cerca de 400 ppm e reserva alcalina em torno de 2,2/2,3 Meq/L. Esses são os níveis da água no ambiente natural, e por isso os perseguimos. É muito normal medir-se cálcio (+/- 300 ppm) e/ou reserva alcalina (até 1,0 Meq/L) muito aquém do desejado. Como proceder então ? A maneira mais simples e prática para corrigir, ou ao menos equilibrar um pouco mais esses índices é trocar água. Trocas parciais efetuam maravilhas, e é muito mais fácil corrigir os índices quando estão mais próximos dos ideais do que elevar o cálcio em mais de 100 ppm na água.
Nos casos de cálcio baixo, mesmo trocando-se água, a solução mais simples é adicionar cloreto de cálcio. Considerando que esse composto deixa na água resíduos de cloro - a parte que sobra no sistema - é sempre bom não parar com as trocas de água parciais. Após chegar-se aos índices desejados - sempre dosando qualquer elemento químico com paciência - é só tentar mantê-los com a adição de kalkwasser. Cloreto de cálcio, ao contrário do kalkwasser, é extremamente solúvel em água, e resultados miraculosos são alcançados em apenas alguns dias. Insisto em que não há vantagem nenhuma em elevar o teor de cálcio de um aquário de, por exemplo, 300 para 450 ppm em dois ou três dias. Prefira fazer isso aos poucos, dando uma ou duas semanas para que aconteça. Não se esqueça: coisas boas demoram para acontecer em aquários. As coisas ruins é que são rápidas.
Com a reserva
alcalina a coisa é um pouco mais complicada. Excesso de acidificação
é a causa mais provável. Como há muita coisa mudando o
tempo todo no aquário, a acidificação decorrente dos processos
metabólicos dos animais acaba com a reserva alcalina da água.
Contra isso, só tamponando. Existem no mercado diversos produtos com
essa finalidade, e inclusive o próprio kalkwasser ajuda a tamponar a
água quando dosado de maneira correta. Dosado lentamente, durante o período
de dosagem a água do aquário absorve certa quantidade de CO2 da
atmosfera, formando carbonatos e bocarbonatos de cálcio que tamponarão
a água. Teoricamente, apenas isso serviria para tamponar a água
a níveis como os naturais, mas acontecem duas coisas; primeiro, a quantidade
de hidróxido de cálcio possível se restringe ao período
noturno e, segundo, a quantidade de hidróxido possível é
pequena devido a sua baixa dissolução. Dosando maciçamente,
pode-se estragar de vez o sistema tamponador da água, por provocar precipitação
tamponadores. Na prática, então, essa solução é
de difícil efetivação. Mas ajuda. Dosar kalkwasser ajuda
em outros aspectos, portanto não abandone esse prática nunca.
Uma das formas rápidas de aumentar a reserva alcalina é dosar
tamponadores compostos por carbonatos e bicarbonatos de sódio na água.
São tamponadores baratos e eficazes, mas alteram o equilíbrio
iônico da água e devem ser encarados como medida emergencial apenas.
Outros tamponadores mais modernos, compostos de duas partes formadas por vários
componentes carbonatados, costumam ter resíduo igual ao da água
do mar, apesar de alterarem a salinidade da água a longo prazo.
Então,
como resolver esse problema ? Atacando a causa e não o efeito. A reserva
alcalina normalmente cai muito rápido e sobe muito devagar, portanto
cada passo deve ser dado isoladamente e acompanhado no curso de algumas semanas
para que se verifique se foi eficaz.
A maneira mais eficiente de manter a reserva alcalina necessária é
manter o pH da água estável. Após anos e anos observando
aquários, verifiquei que manter o pH entre 8.0 e 8.2 é a melhor
solução. Abaixo de pH 8.0 a água apresenta níveis
não naturais, raríssimamente encontrados no ambiente de recifes
de corais. Acima de 8.2, principalmente após 8.4, há precipitação
de carbonatos e bicarbonatos, tornando a manutenção da reserva
alcalina muito difícil. Novamente, somos levados à estabilidade
do sistema. Também outra vez, mais fácil falar do que fazer. Como
usamos luz forte, a tendência no aquário é ter variações
de pH no curso de 24 horas, normalmente com picos de mínimo e máximo
logo antes de acenderem as luzes e no momento em que se apagam. Se estiver em
dúvida em relação à variação de pH
do seu aquário, faça um teste de pH logo antes e outro logo depois
do período de luz. Interessante notar que, a despeito do que podemos
ler e ouvir falar, aquários com alta reserva alcalina podem variar bastante
em pH. Já ví aquários com 2,8 Meq/L terem pH de 7.9 de
manhã e 8.5 antes das luzes apagarem. Como pode ? O tamponamento da água
existiria exatamente para manter o pH estável... Pode, porque a situação
muda rápido. Após atingir reserva alta, a água que sofre
brusca variação de pH tem a reserva precipitada. O aquarista costuma
dosar tanto tamponador que, mesmo precipitando, ainda sobra boa parte da reserva
intacta. A situação descrita acima é sempre passageira
e acaba em decepção do aquarista. Após a "guerra do
tamponamento" o derrotado aquarista troca de marca de tamponador com o
clássico "o que eu usava era uma porcaria".
Não é isso. O problema está na causa, e não no efeito. Sempre soubemos que aquários marinhos possuem mais dificuldade em manter níveis de oxigênio dissolvido altos, devido a uma característica natural da água do mar. Por causa disso, para aumentar as trocas gasosas e eliminar CO2 da água, aumentando a capacidade de reter oxigênio na água, mantemos fortíssima circulação de água na superfície do aquário. Agitando violentamente a superfície, aumentamos a área de troca gasosa do aquário, fazendo realmente com que o aquário perca CO2. Isso, no entanto, faz o pH da água subir, e perder CO2 demais faz com que esse gás extremamente útil na formação da reserva alcalina da água seja desperdiçado. Por experiência, noto que um skimmer de qualidade cumpre perfeitamente a função de manter o oxigênio da água em níveis aceitáveis, tornando a circulação de superfície menos importante. Minha sugestão, portanto, é a seguinte; coloque as bombas do aquário em conformação tal que produzam bastante circulação de água, mas não agitem tão violentamente a superfície da água. Isso faz com que a água retenha o precioso CO2 - extremamente solúvel em água. Mantendo-o na água, ele tende a se combinar com outros elementos químicos, concorrendo para a manutenção de reserva alcalina razoável, equilibrando o pH e não permitindo que ele suba demais.
Parece um
contrasenso sugerir que acidificação demais esteja causando a
queda da reserva alcalina e ao mesmo tempo propor a retenção de
CO2 na água, que conhecidamente a acidifica. O problema está,
novamente, na qualidade do que se faz. Para manter o sistema equilibrado, devemos
dosar kalkwasser à noite no aquário. Se o tanque estiver retendo
CO2, o aquário teria queda de pH acentuada nesse período, mas
seria contrabalançado pela dosagem de KW, de pH extremamente alto. Durante
a noite, portanto, o pH não cairia mais. Durante o dia, sem dosagem de
KW, o pH tende a subir naturalmente. Não permitir que ele passe de 8.3/8.4
é nossa finalidade. A partir desse ponto, precipitam componentes da reserva
alcalina, e é esse o problema. Encontrar o ponto ideal entre posicionamento
das bombas e dosagem de kalkwasser, portanto, é a chave da questão.
É chato e requer uma paciência enorme, mas funciona. Tenho um aquário
de 380 litros que começou com o problema de reserva alcalina, e após
ajustar as bombas e a dose de KW, estabilizou a reserva em 2,2 Meq/L. Demorei
quase dois meses para ajustar, mas consegui. Se eu consigo, qualquer um consegue,
portanto está aí minha proposta.
Fosfato na água
- qualquer teor de fosfato detectável - dá problemas enormes.
Corais têm sua calcificação dificultada ou mesmo impedida,
o fosfato tende a acidificar demais a água, e as duas características
combinadas resultam em problemas sérios. Um dos maiores problemas para
eliminar fosfatos é justamente encontrar sua origem. Normalmente, vêm
com a água, a comida dos peixes e seus dejetos. Às vezes, no entanto,
parece que brota fosfato no aquário. Apesar dos cuidados com a água,
que sempre acusa zero de fosfato no teste, o aquarista vê que há
algo errado. A solução é radicalizar e filtrar a água
a um ponto que beira o ridículo. Nunca antes havia tido problema de algas
vermelha em aquários estabilizados, e no começo do ano de 2.000
notei seu aparecimento num aquário de 600 litros de quase um ano de idade.
Percebí que quanto mais trocava água, mais a alga aumentava, apesar
do filtro de osmose inversa que usava. Radicalizei; adaptei antes do RO um filtro
de celulose de 10 micra. Após ele o RO, e depois deste um filtro de troca
iônica. Acabou o problema em menos de um mês. Não sei o que
a companhia de água anda botando na água desde o começo
do ano, mas agora não quero mais saber. Nada é acusado em testes,
mas que andou dando um surto de algas por aí, isso andou. Meu conselho;
desconfie sempre. Não existem mágicas. Se tem algas no aquário,
é porque tem fosfato. Não dá outra. Filtre a água
doentiamente, e acaba o fosfato. Skimmer de boa qualidade exporta fosfato na
"meleca". Isso ajuda a acabar com o fosfato da água quando
se dosa kalkwasser, e a filtragem radical antes de usar a água doce acaba
com qualquer fosfato. Pronto. Mais um ponto resolvido.
Revisando, acabo de notar como tudo está ligado, já repararam
? Luz de qualidade para os animais poderem crescer, bom skimmer, dosagem de
suplementos, movimentação de água, filtragem eficiente
da água doce... Está tudo relacionado. Não é coincidência.
Problemas em aquários quase sempre são fruto de uma conjunção
de fatores. Raramente é uma coisa só. É fácil fazer
um aquário "dar certo", mas mais fácil ainda fazer dar
tudo errado. Cuidando e sendo bem "chato", no entanto, a coisa toda
tende para o nosso lado.
Mudando completamente de assunto, existem aquários que sempre têm problemas de doença nos peixes. Apesar de todo cuidado, é só colocar o peixinho para ele ficar coberto de parasitas e eventualmente morrer. Terrível e decepcionante. Rochas que fazem um bonito e natural ambiente, tudo apropriado, e os peixes ficam doentes. Andei fazendo umas coisas num aquário, e esse problema foi quase completamente resolvido. Veja a seguir, e considere com cuidado. é polêmico, pois nunca ví esse problema ser citado em qualquer livro ou revista, Internet, ou outro veículo.
Barulho. encoste a orelha no vidro de seu aquário. Nem precisa ouvir
bem. Percebeu ? Imagine 24 horas do dia, 7 dias por semana, o resto da sua vida
com esse barulho na orelha. Já pensou ? Pois é... Já mergulhou
? Notou como uma das coisas mais gostosas é o silêncio ? É
típico ouvir uma série de estalos, barulhinhos e outros ruídos
no mar, mas nunca o constante "póim-póim-poim", "zuiiiiiiiiiiiiiiiiimmmmm"
e outros barulhos do aquário. OK. Peixes têm ouvido interno, não
são capazes de ouvir todo o espectro sonoro que nós somos, mas
achar que eles não escutam nada é coisa de doido. Em seres humanos
um dos maiores datores de estresse é o barulho a que somos submetidos.
Por causa disso é que perto de hospitais, onde tem gente se recuperando,
tem aquelas placas em que é rpoibido até buzinar. É o óbvio;
barulho incomoda o bem estar das pessoas. Tem coisa mais chata do que moto de
escapamento aberto ? Gente berrando ? Buzina no transito ? Pois então.
Eu acho que para os peixes o barulho dos aquários irrita de maneira igual,
levando a problemas de doenças e estresse profundo. Igualzinho ao que
acontece com gente.
E agora ? Bom, não digo que é certeza absoluta, mas tenho dois aquários aqui. Num deles, quase não se ouve barulho. Dá prá ouvir, mas comparado ao outro aquário, esse é um túmulo. Os peixes não têm parasitas no primeiro. No segundo, que é uma verdadeira sinfonia do inferno, os peixes vivem doentes. Acho que não é só coincidência. Os ruídos de qualquer aquário vêm principalmente das bombas d'água. Diminuir os barulhos não é complicado, bastando usar tubos flexíveis para as conexões. É virtualmente impossível eliminar os ruídos, mas diminuí-los até um nível suportável é possível. Usando mangueiras para conectar as bombas ao aquário, diminuímos sensivelmente as vibrações, e consequentemente o barulho. Apoiar as bombas sobre materiais moles e que absorvam ruídos e vibrações, como borrachas, ajuda muito. Apoiar gira-giras nesse mesmo material absorvente de ruído também. Tomando as devidas precauções, dá para acabar com 80% dos barulhos. No meu caso, funcionou. Estou para ouvir opiniões. Claro que não é a única causa, pois existem aquário com problema crônico de doença e são silenciosos. Mas eu ando achando que barulho é uma causa muito importante.
O "skimmer que não funciona" é outro problema freqüente. Sempre falo que qualquer skimmer funciona. Um tubo qualquer com uma pedra porosa dentro acaba por fazer espuma e de certa meneira funcionar no aquário de água salgada. A diferença entre esse tubo e um bom skimmer é o projeto, claro. Por causa disso, vamos partir do princípio que todos temos um skimmer de boa qualidade e dimensionado corretamente em relação ao tamanho do aquário. Por que raios um skimmer que funcionava bem no começo do aquário após alguns meses começa a parar de tirar sujeira ? De novo, várias razões;
O próprio skimmer pode estar sujo. Vença o nojo e lave o skimmer profusamente em água doce a cada dois ou três meses. Tire-o do aquário, remova também a bomba que o faz funcionar e promova uma faxina completa no aparelho. Se quiser realmente caprichar, ponha o skimmer e a bomba para funcionar com água doce e vinagre por um bom tempo. De um dia para o outro seria ótimo, e o aquário não vai acabar por ficar sem skimmer por um dia. Aproveite para desmontar tudo o que puder, tanto da bomba quanto do skimmer. Limpe tudo cuidadosa mas firmemente. Após livrar o skimmer e sua bomba de toda sorte de encrustações e sujeira, enxágue-os bem em água doce e ponha de novo para funcionar. Não use buchas ou materiais abrasivos no skimmer, para não riscar o acrílico. Além de ficar feio, acrílico riscado prejudica a subida da espuma no pescoço do skimmer. Seja cuidadoso. Usar detergente ou outra coisa qualquer a não ser água e vinagre é terminantemente proibido. Não seja mais real que o Rei. Não invente, pois o risco é estragar o aparelho. Tive o caso de uma pessoa que, para caprichar na limpeza de seu caro skimmer ETS, lavou-o bem e depois passou um paninho com álcool. Ficou completamente opaco, ao ponto de não dar para ver a espuma dentro do pescoço do skimmer.
A água deve estar muito suja. Skimmers funcionam dentro de um certo limite de sujeira. Limpa demais (impossível), e o skimmer não funciona; água suja demais (absolutamente comum), e ele também pára. Neste caso não é o skimmer. Faça trocas parciais de água até ele funcionar direito novamente.
A bomba do
skimmer ficou "xoxa". Pode acontecer. Apesar das broncas que já
tomei por dizer isso, continuo a repetir porque sou cabeçudo; muitas
bombas ficam fracas com o tempo. Não sei porque, mas acontece. Nada especial
em relação a marcas, etc. Já ví bombas velhas de
todas as marcas funcionarem feito novas, e outras que ficam fraquinhas logo
em alguns meses. Insolúvel, a não ser trocar de bomba ? Não.
Por causa disso, em casos em que o skimmer vem sem bomba (quase sempre), eu
costumo colocar uma bomba bem mais forte do que o desnatador precisa, instalando
entre ele e a bomba uma válvula de esfera. À medida que noto que
a bomba está começando a ficar fraca, vou abrindo a válvula.
Resolve o problema e ainda me dá duas maneiras de obter a espuma que
quero no skimmer; variando a bomba e o ingresso de ar pelo venturi tenho sempre
dois parêmetros para brincar com o bicho.
Corais que começam a mudar de cor depois de quase um ano, ou ficam muito tempo murchos; lâmpada(s) velha(s). Lâmpadas de qualquer tipo, sendo que com fluorescentes isso é mais acelerado, desgastam por acender e apagar. Muito mais do que por ficarem acesas, o constante liga-desliga é o maior causador na mudança da qualidade da luz emitida e, portanto, no aproveitamento que nosso animais fazem dela. Para não causar choques de luz no aquário, por causa da diferença entre as lâmpadas velhas e as novas, tenho o saudável mas caro hábito de trocar fluorescentes a cada 6/7 meses, e HQIs a cada 10 meses no máximo. É caro mas evita dor de cabeça. Trocar uma lâmpada, esperar um mês, trocar mais uma e assim por diante pode deixar um aquarista maluco. E terminar sempre com lâmpadas meio velhas o tempo todo. Eu prefiro trocar mais freqüentemente, todas de uma vez. A média de luz recebida pelos animais é mais alta dessa maneira.
Nitrato
que não cai. Essa é mais ou menos misteriosa, mas tem a ver com
a camada de halimeda. Se o aquarista fez com halimeda mesmo, e não qualquer
outra coisa, e não pôs tela de mosquito, espaçadores, ou
outra invenção qualquer, o segredo é a camada de areia.
Na prática, ao contrário do que muita gente diz e escreve, a camada
de halimeda deve ser o mais alta possível. O aquarista ainda tem a opção
de por ou não as placas por debaixo da halimeda. Se não puser,
perde a facilidade de ter um plenum. Não discuto a questão, mas
ter plenum, para mim, ajuda muito. O nitrato cai mais rápido, e não
torna a subir nunca mais. Sem plenum, ocorre o contrário. Podem haver
oscilações de nitrato sempre e a fase de algas costuma demorar
uma eternidade. Quanto colocar de halimeda ? Uma camada mínima de 8 a
9 centímetros. Ponto final. Montado direitinho o aquário, é
o que basta. Pode demorar um pouco mais, tipo uns dois ou três meses,
mas o nitrato "zera" no teste. É impressionante, pois lidamos
com saldos no aquário. O fato de não ter nitrato no teste não
quer dizer que não há nitrato nenhum; apenas que o saldo de nitrato
é zero, e isso nos basta. Pode haver nitrato a menos ? Creio que não.
Sempre há, no entanto, a possibilidade de complementar a eventual falta
de nutrientes com alimentos especiais, à disposição no
mercado. Tridacnas que sempre morrem podem ter a ver com isso. Elas gostam de
amônia, e precisam de um pouco de NO3 na água. Bombas quer tiram
a areia do lugar, expondo as plaquinhas do plenum, podem causar súbitos
surtos de nitrato. Cuidado com isso, e corrija as posições das
bombas para que não escavem o fundo.
Xenia que morre; pode haver um problema de desequilíbrio iônico na água. Toda vez que alguém me conta ter um problema de xênia que definha até a morte, sugiro que se faça troca de água até que quando colocar uma mudinha de xênia ela não morra. Costuma funcionar. Xênia que não pulsa tem a ver com quantidade de luz. Quanto mais luz, mais elas pulsam. Troquei a iluminação de um aquário que tinha duas lâmpadas HQI de 150 watt por uma só de 400 watt. Nada mais foi alterado nesse tanque. As xênias, antes murchinhas e magras, ficaram gordinhas e pulsando feito loucas. Isso aconteceu em um mês. Creio que o resto que se fala a respeito, como teor de NO3 e outras coisas, são bobagem. Estamos falando de aquários bons e bem montados. Nada de calabouços, como fala meu amigo Sérgio Gomes. Nesses, nada vai para a frente, quanto mais xênia. Outra a respeito de xênia; a xênia branca não detesta a marrom e vice-versa. Ambas vão bem mesmo se cultivadas juntas em aquários. Dizer que uma vai tão bem que mata a outra é coisa de maluco, não ? questão de bom senso.
Corais moles que não "abrem" nunca. Corais tipo leather -
Sarcophyton, principalmente - podem passar um tempo realmente longo e irritante
sem expor seus pólipos. Não se sabe porque, mas se seu coral ficar
muito tempo (mais de um mês) sem abrir, pode ficar preocupado. Usar removedores
de nitrato e fosfato é uma das causas prováveis. A alumina, composto
presente nesses produtos, inibe corais moles, portanto... Não use removedor.
Qualquer aquário em ordem, além de tudo, nunca precisará
disso. Evite. Se mesmo assim o coral não abre, procure por buracos nele.
Pode ter um verme lá dentro, comendo-o por dentro. Tire o verme ou extirpe
o pedaço afetado. Uma ou duas semanas, e ele deve abrir. Novamente; trocar
água ajuda. Que milagre, a troca parcial de água ! Realmente,
serve para quase tudo.
Corais que fecham quando se troca água geralmente o fazem por causa de diferenças físicas da água, como salinidade e temperatura. Se efetuar as trocas parciais com água cuidadosamente preparada, sempre de igual densidade e temperatura às do aquário, não acontece nada disso. Até xênias, que são chatinhas para isso, continuam pulsando e nem ligam. Água mais quente do que a do aquário, dentro de limites razoáveis, não afetam negativamente em nada. Mais fria, dá parasitismo nos peixes. Água salgada com menos 12 horas de mistura afeta os corais bem negativamente. A conversa de que existem sais que dissolvem em duas horas é papo furado. Qualquer sal de boa qualidade tem componentes que demoram até 24 horas para dissolver em água pura, independente da temperatura dessa água. Atenção; água recém misturada ficar cristalina não quer dizer que todos os sais dissolveram. Esta parte é especialmente direcionada para certas pessoas que, para venderem este ou aquela marca de sal, usam esse argumento. Por favor, mentira não. Ter preferência é uma coisa, mandar mentira desse calibre para cima de cliente é desonestidade. Deixe o sujeito escolher.
Tem muito mais para comentar. Acima estão os problemas e dúvidas mais comuns, de solução normalmente corriqueira. Até mês que vem ! Bom aquarismo !